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O ataque da onça ao caseiro Jorge, no Pantanal, chocou o país — casos assim são raríssimos. Além disso, o fato de haver um vídeo gravado dias antes da tragédia onde um amigo narra a presença de pegadas da onça perto da casa de Jorge tornou a história ainda mais impressionante.

A onça foi capturada viva e, segundo boletins, estava muito magra, desidratada, com anemia, gastroenterite e alterações nos rins e no fígado. Isso me fez levantar uma hipótese: será que essa onça estava com cinomose?

A cinomose é uma doença viral grave, mais comum em cães, mas que já foi identificada em grandes felinos como leões, leopardos e até onças-pintadas. Em surtos documentados, grandes felinos com cinomose ficaram desorientados, agressivos, e em alguns casos atacaram humanos. E mais: os sinais clínicos da onça do Pantanal — perda de peso, gastroenterite, anemia e alterações hepáticas e renais — também aparecem em relatos na literatura de grandes felinos infectados pelo vírus.

No Brasil, já foram confirmados casos de onças com cinomose. A principal fonte de contaminação? Cães domésticos não vacinados.

Ainda não sabemos se essa onça foi testada para cinomose, mas a hipótese é tecnicamente plausível.

Isso não é motivo para pânico ou violência contra animais silvestres. Pelo contrário — o que precisamos é de vacinação em massa dos cães, monitoramento da fauna e educação ambiental.

Proteger a onça é também proteger o equilíbrio do nosso ecossistema.

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