Revisão sobre o potencial do uso medicinal da Cannabis em cães

O uso médico de Cannabis (ou cânhamo) começou há milhares de anos. No século XX, mecanismos de ação foram demonstrados com a descoberta de suas substâncias ativas, os fitocanabinóides, e de seus alvos farmacológicos, o sistema endocanabinóide. Este sistema é composto por receptores, substâncias endógenas e enzimas, e participa da modulação de mecanismos fisiológicos em várias espécies, incluindo cães. Estudos indicam que mudanças nesse sistema podem contribuir para a gênese de algumas doenças. Portanto, o uso de substâncias que agem sobre seus componentes pode auxiliar no tratamento dessas doenças. Os principais fitocanabinóides descritos são  ^Δ9- tetrahidrocanabinol (THC) e canabidiol (CBD). Em humanos, os benefícios do uso do CBD em várias doenças já foram demonstrados. A popularização desse tipo de tratamento também atingiu a medicina veterinária, que por um lado estava relacionada ao aumento do registro de eventos adversos, mas por outro também permitiu relatos de evidências anedóticas de sua eficácia e segurança em animais. Os estudos clínicos publicados até agora indicam que o uso de CBD em cães pode ser seguro em determinadas doses e pode contribuir para o tratamento da osteoartrite e da epilepsia idiopática. Estudos clínicos e pré-clínicos e relatos de casos foram revisados ​​neste relatório para identificar as principais características das terapias à base de cânhamo em cães, incluindo sua farmacocinética, farmacodinâmica, segurança e eficácia no tratamento de doenças.