O que é Neurologia Veterinária?

A Neurologia Veterinária é a especialidade médica dedicada ao diagnóstico e tratamento de doenças que afetam o sistema nervoso – cérebro, cerebelo, tronco encefálico e medula espinhal – que compõem o sistema nervoso central, assim como os nervos, gânglios e terminações nervosas – que compõem o sistema nervoso periférico.

Embora possa ser um campo desafiador e por vezes intimidante para muitos médicos veterinários, a neurologia é uma área de crescente importância na prática clínica e cirúrgica de pequenos animais.

Desordens neurológicas em cães e gatos podem se manifestar como condições com prognóstico desfavorável, que infelizmente podem ser incuráveis ou causar danos permanentes, ou como doenças passíveis de cura ou melhora significativa se identificadas e tratadas precocemente. Daí a importância de um profissional devidamente capacitado.

Se desejamos a cura do nosso animal (quando possível), o primeiro passo deve ser o diagnóstico correto. Para tanto, uma anamnese detalhada, exame físico minucioso e avaliação neurológica são cruciais. Muitas vezes, exames complementares são necessários, variando dos básicos como exames de sangue (hemograma, perfil bioquímico, sorologias ou PCR para infecções), avaliação cardíaca e pressórica, radiografias e ultrassonografias até métodos avançados como tomografias computadorizadas, ressonância magnética, análise de líquor, eletroencefalografia, eletromiografia, biópsias e testes genéticos.

É essencial, portanto, a consulta com um veterinário especializado em neurologia. Atuo exclusivamente em neurologia com atendimento clínico, pesquisa e docência desde 2013.

Sinais clínicos de doenças neurológicas

A depender da(s) região(ões) do sistema nervoso acometida(s), animais doenças neurológicas podem apresentar sintomatologia diversa.

Lesões intracranianas podem gerar alterações no comportamento e na personalidade (que, muitas vezes, podem ser erroneamente associadas à idade avançada). Andar compulsivo, andar em círculos, agressividade, desorientação espacial, trombar em objetos, cegueira, perda de comportamentos aprendidos – como fazer as necessidades em locais apropriados, ficar parado ou preso nos cantos, latir ou miar excessivamente, insônia, paresia (arrastar a pata no chão), desequilíbrio, queda, tremores, incoordenação , movimentação involuntária dos olhos ou de outras partes do corpo (“tiques”), crise epiléptica (“convulsão”) corrida histérica, perder o movimento de um lado da face, ficar com a cabeça pendendo ou torta (inclinada ou torcida) para um lado, dificuldade para respirar ou deglutir (engolir).

Já lesões na medula espinal ou sistema nervoso periférico podem gerar incoordenação de membros, perda parcial ou total da capacidade de movimentar os membros, dificuldades de urinar ou defecar, dor, claudicação (“manqueira”), perda de massa muscular generalizada, alterações no tônus e nos reflexos espinhais.

Identificar e interpretar corretamente esses sinais é vital para o manejo eficaz das condições neurológicas, e, para isso, conte com um profissional especializado em neurologia veterinária para saúde e bem-estar do seu animal.

Doenças neurológicas (quando posso ser útil para diagnosticar e tratar seu animal) :

• Hérnias de disco;
• Epilepsias;
• Malformações do sistema nervoso (hidrocefalia, divertículo ou cisto quadrigeminal, divertículo ou cisto aracnóide, síndrome da má-formação semelhante a chiari, siringohidromielia);
• Alterações infecciosas ou inflamatórias do sistema nervoso (meningoencefalites, meningoencefalomielites bacterianas/fúngicas/auto-imunes, meningoencefalite granulomatosa – MEG, cinomose, toxoplasmose, neosporose, babesiose, erliquiose, leishmaniose, peritonite infecciosa felina – PIF)
• Desordens do sistema nervoso periférico (mistenia gravis, polirradiculoneurite, botulismo, polineuropatias, miosites);
• Distúrbios do movimento;
• Paralisias;
• Desordens vasculares envolvendo o sistema nervoso (acidentes vasculares encefálicos, embolismo fibrocartilaginoso, tromboembolismo aórtico felino, mielopatias isquêmicas);
• Dor neuropática;
• Estenose lombossacral ou síndrome compressiva da cauda equina;
• Tumores no cérebro, medula espinhal, coluna vertebral ou nervos periféricos;
• Traumas (fraturas vertebrais, trauma cranioencefálico, avulsão de plexo braquial, fraturas na cauda com lesão por tracionamento);
• Senilidade, disfunção cognitiva canina ou felina, déficit cognitivo do animal idoso, “alzheimer” em cães e gatos.
  

  Neurologia Veterinária em Brasília